Pages

sábado, 30 de maio de 2015

REFLEXÕES SOBRE A INCLUSÃO NAS ESCOLAS REGULARES


A educação é um direito de todos e uma obrigação do Estado, independentemente de cor, raça, sexo, idade ou, ainda, qualquer característica física ou mental que considere um ser diferente dos demais. O mundo é muito diverso, pelo fato de se conviver com tantas pessoas e tão diferentes, principalmente no ambiente escolar, faz com que profissionais da educação se empenhem em uma reflexão sobre a importância de entender o outro e suas características singulares, para tornar-se mais adequados em sua prática, bem como adequar o contexto de sala de aula a esta realidade, que é tão rica e, ainda, que se abordada na escola pode promover a construção de conhecimentos, a integração e aceitação “do diferente” entre os estudantes.
Para que se possa discutir mais sobre o assunto e pensar em algumas possibilidades para o fazer pedagógico, segue uma entrevista com uma profissional da educação que trabalha com crianças portadoras de necessidades especiais, alguns desenhos de estudantes sobre como veem seus colegas "diferentes" e, ainda, algumas considerações.
Um abraços e lembremos sempre de que estamos sempre aprendendo com o outro.

Entrevista com a Professora Eva Márcia Borges Fernandes

A Professora Márcia trabalha na rede municipal de Ensino da Cidade de Caxias do Sul/RS, na E.M.E.F. São Vicente de Paula. A formação profissional dela é Pedagogia/UCS e Especialização em Educação para a Diversidade/UFRGS

A escolha de entrevista-la se deu em função da experiência que tem ao longo dos anos em que atua no contexto educacional e também por estar atuando como educadora em uma turma de 1º ano que atende uma estudante, em particular, com Síndrome de Down.

Segue, então o relato, o posicionamento da Professora sobre os aspectos referentes à inclusão:

- Você atua na área da educação há quanto tempo?
            Atuo há 26 anos.

- Qual sua experiência profissional com crianças portadoras de necessidades especiais?
            Mais especificamente nos três últimos anos quando comecei a atuar na rede municipal de ensino de Caxias do Sul/RS, quando assumi uma turma de séries iniciais que na turma tinham vários alunos de inclusão.
           
- Que tipo de atividades você considera importantes para o desenvolvimento de crianças portadoras de necessidades especiais?
            Atividades onde eles possam concretamente visualizar e experimentar sobre os processos de aprendizagem. O importante é sempre buscar junto aos professores com formação para atuar nas salas de recursos alternativas para propor atividades que estejam de acordo com a proposta pedagógica e as necessidades de cada aluno, de acordo com o ano em que está matriculado e com as características da necessidade que apresentam.

- O que você pensa a respeito da inclusão de crianças portadoras de necessidades especiais em escolas regulares? ­­­
É algo muito importante para a sociedade como um todo. Antigamente as crianças com características diferenciadas nem tinham acesso a educação. É muito importante essa preocupação que vem sendo cada vez mais efetiva sobre esse assunto, no meio educacional. Mas vale lembrar que nas escolas é necessário ter um suporte, tanto de recursos materiais, como de recursos humanos, como por exemplo o apoio pedagógico e dos profissionais que atuam nas salas de recursos (quando elas existem na escola) para o desenvolvimento de um  bom trabalho, assim, com formação e suporte é possível desenvolver atividades específicas que contribuam para a aprendizagem de alunos  que em um dado comento acabam por envolver toda a turma.

- Como fica o currículo escolar quando existe a inclusão?
            O currículo sempre é flexibilizado, de acordo com as necessidades do aluno em questão, bem como o planejamento e as adequações das atividades, para que o aluno, de acordo com as suas capacidades consigam aprender e desenvolver habilidades que permitam que ele mesmo se sinta avançando/aprendendo, superando seus próprios limites.

- Você foi preparada para lidar com crianças especiais durante a sua formação profissional? Na sua atuação recebe algum tipo de auxílio?
 Não tive nenhum preparo em minha formação profissional inicial, na época em que me graduei não existia uma discussão sobre a questão da inclusão. Já no meu curso de especialização que é direcionado para esse assunto as discussões sobre as possibilidades que se tem de trabalhar com a inclusão são fundamentais para que se compreenda o contexto educacional atual e para que se possa saber lidar com essas crianças. Na minha atuação profissional recebo muito apoio pedagógico e dos profissionais que tem um maior conhecimento sobre as características dos portadores de necessidades especiais, permitindo assim, que meu trabalho tenha um acompanhamento e um suporte que são fundamentais para meu trabalho e para que me realize vendo meus alunos aprendendo. Não vejo problemas em receber alunos assim, se aprende muito.
           
- O que você considera desafiador para realizar o trabalho escolar no que diz respeito à inclusão?
            A estrutura física das escolas que nem sempre e nem todas estão preparadas para receber alunos com características diferenciadas... existem escolas que não tem monitores, rampas de acesso, salas de recursos, etc. Com relação aos alunos, o primeiro desafio é conhecer as limitações e potencialidades de cada um, tanto os portadores de necessidades especiais como dos demais, e a partir de então, planejar muito, buscando uma prática pedagógica que torne o aprender significativo para essas crianças. Uma barreira é a adequação das questões de higiene e alimentação.

- Como você vê a relação dos alunos quando tem um colega considerado especial?
            São afetuosos, vibram com os acertos, sempre procuram ajudar, são sensíveis e aprendem também com os “especiais”.
           
- Como se dá o planejamento e a avaliação desses alunos?
Sempre organizo o meu planejamento com a coordenadora pedagógica e com a profissional da sala de recursos, que me auxiliam e orientam na criação de atividades que permitam estão de acordo com o proposto no regimento e planos de ensino, sempre flexibilizando e adequando a realidade e características específicas de cada um.

- Para você a atuação dos monitores é significativa?
A presença dos monitores é muito importante, pois auxiliam com questões de locomoção, higiene, alimentação, etc. Além disso, por essas razões, a criança cria vínculo com o monitor que em muitos momentos auxilia não apenas ela, mas os demais colegas, fazendo assim com que sempre haja integração e interesse... a atuação dos monitores só vem a somar no ambiente escolar, principalmente em questões relativas à inclusão.

- Para o educador, qual é o aspecto que você considera mais importante se ter para atuar com alunos de inclusão?
É muito importante esse suporte que é previsto em lei: o apoio da sala de recursos... o professor tendo o conhecimento pedagógico não precisa conhecer sobre as doenças ou características, patologias, enfim, mas com apoio de um grupo especializado e técnico para planejar e auxiliar da melhor forma possível, sempre com afetividade que leva a criança a tomar gosto por estar ali na escola compartilhando com os demais...

A partir da entrevista com a Professora Márcia é possível fazer várias relações com o nosso fazer pedagógico e com nossas vivências no contexto escolar... então, lá vai PARA PENSAR...

Trabalhar com a diversidade, respeitar as diferenças, observar e compreender as necessidades, desenvolver potencialidades respeitando as limitações de cada um, acreditar no ser humano como uma pessoa que aprende e que é merecedora de empenho e dedicação, não são tarefas fáceis, tampouco corriqueiras.
Incluir não é apenas matricular a criança com deficiência na escola e não atender as suas necessidades em sala de aula. Exige a participação da família, empenho, responsabilidade social, afeto, aceitação dos colegas e, ainda, são necessários profissionais preparados e capacitados e necessita de uma infraestrutura adequada no espaço escolar para abrigar os portadores de deficiência.

sábado, 1 de outubro de 2011

EAD - Educação a Distância


Olá pessoal!

Em primeiro lugar, quero deixar claro a minha falta de tempo para realizar as tarefas que foram solicitadas no curso de especialização, pois a oportunidade de fazer esse curso surgiu em um momento bastante atarefado da minha vida. Sim, sei que este é um problema meu, e que parece vir de encontro ao que escrevo abaixo, no texto sobre EAD, mas gostaria de dividir com vocês essa "correria", afinal, mesmo longe, estamos perto e somos colegas! Porém, tudo faz parte de um longo aprendizado, tenho certeza de que cada um do nós tem muitos afazeres, além dos compromissos acadêmicos, mas tendo em vista a nossa realidade cotidiana contemporânea, é assim mesmo que as coisas passaram a funcionar, quase não temos mais tempo para nossos caprichos, não é verdade?!

Para que possamos nos conhecer melhor, escrevo aqui, um pouco mais sobre mim e sobre meu trabalho...

Sou regente de classe há 7 anos. Possuo graduação em Letras e Especialização em Novas Metodologias para o Ensino Médio em Ciências, Matemática e Tecnologia.
Hoje leciono as disciplinas de Língua Portuguesa e Literatura nas Escola Estadual Técnica de Caxias do Sul/RS e no Colégio Mutirão de São Marcos;
Trabalho no projeto ENGFUT/PETROFUT da Universidade de Caxias do Sul;
Trabalho com o módulo de Língua Potuguesa na Escola Técnica São Francisco;
E sou tutora presencial do curso de Pedagogia 2º semestre na Faculdade Anhanguera do pólo de Caxias do Sul/RS.

Se alguém de vocês, colegas leitores, atua nessas áreas e quiser trocar uma idéia...


SOBRE A EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Estamos na era da tecnologia e da informação rápida, e também, estamos vivendo um momento em que cada vez mais procuramos por diferentes oportunidades no mercado de trabalho.
Isso faz com que a busca por qualificações, que possibilitem novas aprendizagens e o desenvolvimento de habilidades e competências para a atuação em diversas áreas, seja constante em nossa sociedade.
A Educação à Distância - EAD - é uma das opções para os estudantes que querem ou necessitam estudar e obter níveis maiores de qualificação. Muitas vezes, quando ainda não existia essa modalidade de educação, as pessoas acabavam deixando de estudar por não dispor de tempo, em função dos horários, ou ainda, por não conseguir se deslocar até uma instituição de ensino para a participação de cursos presenciais. Isso não quer dizer que em função disso a vida de todas as pessoas mudou, e os horários passaram a ser flexíveis, mas sim que a oportunidade de ter acesso ao ensino superior, por exemplo, é real e concreta, fato que antes não era possível. A EAD surge então, suprindo essa necessidade.
Em um primeiro momento a EAD quebra paradigmas, modificando a forma de ensino-aprendizagem vivenciada e aceita até então - o ensino presencial.
Em um segundo momento, que ainda estamos vivenciando, a EAD está passando a ser aceita, tanto no mercado educacional, quanto pela sociedade dos diferentes níveis e instâncias, que se mostra (ou mostrava) descrente dessa modalidade de ensino, por ser inovadora e muito diferente da modalidade presencial.
Ainda, a EAD ao entrar no cenário educacional apresenta muitas possibilidades de aprendizagem, inclusive no que diz respeito ao uso de tecnologias, pois as ferramentas utilizadas para a comunicação e interação na EAD também fazem parte do processo de aprendizagem a quem se propõe estudar nessa modalidade.
O fato é que, embora a EAD esteja passando por uma fase de aceitação em nosso país, como são todas as coisas, quando surgem e tendem a modificar as coisas que já estavam postas, é uma modalidade que só tende a crescer, por oferecer oportunidade a quem não tinha como estudar, em função de diversos fatores.
Ainda, a EAD possibilita a autonomia e a aprendizagem ativa e significativa (AUSUBEL, 1980), na medida em que o estudante é responsável pela busca de conhecimentos, dicussões, leituras, manuseio de materiais e meios tecnológicos, que são recursos para sua aprendizagem.
Gostei muito dessa citação que está em nosso material de leitura da primeira aula, tanto que fiz a leitura dela para os acadêmcios da turma de Pedagogia, na qual sou tutora: Rena Palloff e Keith Pratt (2004, p. 25-35) traçam um perfil do aluno virtual de sucesso. Ele precisa ter acesso a um computador e a um modem ou conexão de alta velocidade e saber utilizá-los; ter a mente aberta e compartilhar detalhes sobre sua vida, seu trabalho e outras experiências educacionais; não se sentir prejudicado pela ausência de sinais auditivos ou visuais no processo de comunicação; desejar dedicar uma quantidade significativa de seu tempo semanal a seus estudos e não ver o curso como ‘a maneira mais leve e fácil’ de obter créditos ou um diploma; ser, ou passar a ser, uma pessoa que pensa criticamente; ser capaz de refletir; e acreditar que a aprendizagem de alta qualidade pode acontecer em qualquer lugar e a qualquer momento.
Nesse contexto, o que se pode perceber é que o processo de ensino-aprendizagem na modalidade EAD conduz o estudante a busca constante de informações e leituras, sendo ele o principal agente da sua aprendizagem.
Acredito que a tendência dessa modalidade de ensino é crescer cada vez mais.
A oportunidade de ter acesso a educação, indepentente do tipo ou nível de qualificação que as pessoas buscam, faz da EAD um recurso acessível e possível que proporciona ao aprendiz a autonomia na construção de conhecimentos.